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Depois da noite eleitoral resolvi vir partilhar a minha opinião convosco. E vocês dizem, e bem, não queremos saber, coisa que concordo, mas mesmo assim deixo.

A minha primeira observação é que, em Portugal, mais vale parecer que ser. Isto porque, vi a Assunção Cristas e o CDS em êxtase com o resultado eleitoral. É certo que a Assunção tem coisas estranhas, tais como: nunca anda de transportes públicos, pois não precisa, e quando anda, sem precisar, só vai em hora de ponta; depois, só põe gasolina no carro quando os preços sobem e ainda chama a televisão orgulhosa do feito.

Como sou desconfiado fui tentar perceber porquê desta alegria, e conclui que vinha dos portentosos 6% de votação do CDS no total nacional, e de 6 câmaras ganhas, à hora que escrevi isto, num partido que já teve 30 câmaras e votações de 15%. Agora percebi a razão da Assunção ter aparecido de capacete: tinha batido com a cabeça.



No entanto lá me alertaram: "oh burro, a Assunção Cristas teve 20% em Lisboa. É a segunda força política na capital". Vamos lá conversar: a Assunção não fez mossa ao Medina, e a candidata do PSD era a Teresa Leal Coelho; a Teresa Leal Coelho, repito, a Teresa leal Coelho. Vamos lá ver, a Teresa Coelho foi escolhida pelo método de moeda ao ar entre ela e uma garrafa de Joy de Laranja. E ganhou porque a garrafa se recusou a concorrer contra ela: alegou defesa da honra e desistiu. Depois a Cristas tem outra vantagem: não usa cachecol em Agosto. Ainda assim deve ter em atenção que se o PSD encontrar um líder decente, depois das legislativas está a mandar currículos para o Portas.

Felizmente, isto para a Teresa Leal Coelho já acabou. Agora só trabalha em Janeiro se o tempo estiver bom. Despachou-se rápido da noite das eleições, foi para casa, adormeceu, acordou, e perguntou que eleições eram aquelas que estavam a dar na televisão. Gesto bonito foi ter levado o saquinho com os votos que teve para o papelão para serem reciclados.

Por seu lado Fernando Medina ganhou as eleições a Cristas e a Leal Coelho. Cá está. É o mesmo. Fernando Medina tem de tentar um dia ganhar umas eleições contra candidatos. É que António Costa deixou a Câmara a Medina e agora isto. Suspeito que se os astros não se alinhassem, o Medina estava hoje a dar milhos aos pombos no Terreiro do Paço. O senhor tem o carisma de uma papaia madura. É das poucas pessoas em que o poder não é afrodisíaco. Para quem viu a sua comemoração de vitória, pensou que teria a meia enrolada no sapato e estava à rasca do pé. É duro mas à hora que Medina comemorava, a Leal coelho já estava com pepino nos olhos e a Cristas a deitar os putos. Agora admito que o Medina ao pé da Leal e da Cristas parece o Prémio Nobel do dominó.

Em resumo, a Cristas parece que ganhou e o Medina parece que teve uma grande vitória. A Leal parece que perdeu, mas pela figura a que se prestou, ganhou eterno reconhecimento do partido...assim, também ganhou. Tudo juntinho a corrida a Lisboa foi toda ela muito poucochinha. Voltando ao princípio: tudo o que parece…não é.

Com o resultado desastroso do PSD, Passos Coelho levou umas facadas do Marques Mendes, da Manela, e do Paulo Rangel, e disse que ia "refletir". Segundo sei a reflexão tinha sido no sábado, mas já sabemos que o Passos anda sempre ao lado. O Passos disse que vinha aí o diabo…e não é que acertou…?

Isaltino arrasou: ouvia-se na SIC NOTÍCIAS que "Isaltino foi um autarca modelo no PSD". Todo ele é um modelo, e disse: "tenho de ir que me querem dar beijos e abraços". Compreendo que na Carregueira ao nível do afeto aquilo devia ser complicado. Com esta vitória, eu, se fosse o Isaltino, arranjava um primo na Suiça, outro no Panamá, e outro nas Cayman. Fica a sugestão. Segundo apurei os negócios da Câmara de Oeiras a partir de hoje far-se-ão em telemóveis e cigarros, as moedas usadas na Carregueira e que não permitem trafulhices. Outro facto a registar é que, vistas as coisas, daqui a quatro anos podemos ter o prazer de ver José Sócrates como presidente da República. Adoro Portugal!

Uma novidade no PCP foi o Jerónimo ter assumido a derrota, apesar de ter culpado os eleitores pelo erro de não terem votado no partido. Eu também já fiz isto: não arranjava namorada e dizia que elas é que andavam ceguinhas. Por outro lado, vimos a renovação no PCP. Jerónimo de Sousa estava ladeado por dois senhores enquanto falava, sendo que um deles ainda não tinha 70 anos, o que demonstra que o partido está a olhar para os jovens, o futuro do partido.



Por fim, admito que gosto do Jerónimo. Tem aquela pinta do avô que corta o pão com uma navalha sentado num banco à porta de casa.

E pronto. É a minha análise. E o melhor é voltar pa dentro.

publicado às 04:43


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