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Passos, Portas, Maria Luís, etc, não quiseram ir embora sem nos deixarem uma prendita no sapatinho: o Banif. Uma lembrancinha de 1700 milhões, a acrescer, a outra mais humilde, de 200 milhões, "referente a prejuízos no BPN", e que "o governo de Passos Coelho deu indicações para esconder", até às eleições. Com estas duas oferendas é interessante recordar as palavras de Passos Coelho: "que se lixem as eleições"… Lendo este estado de espírito do ex primeiro ministro, foi só por acaso que não referiu a situação do Banif (a comissão europeia alertou governo, a 24 junho, para necessidade resolver rapidamente problema no banif.), os novos prejuízos do BPN, ou que a devolução da sobretaxa tinha sido prometida com um elástico. Imaginem se Passos Coelho ligasse às eleições… No fundo o que Passos fez para ganhar as eleições, não foi um "conto de crianças", mas um bonito "conto de natal".
O governo de Passos Coelho faz-me lembrar quando era puto. A minha mãe mandava-me arrumar o quarto para poder ir brincar para a rua, eu enfiava tudo para debaixo da cama, e quando ela vinha parecia que estava tudo um brinco. Tudo corria bem até ser descoberto. A diferença é que eu tinha 10 anos e o Passos tem 50.
Portugal, não parece, as notícias até podem sugerir o contrário, mas é de longe o país mais rico do mundo, onde cada cidadão é "proprietário" de um ou mais bancos. Só não recebe dividendos. Duvido até que algum português saiba quantos bancos "tem", já "comprou", "vendeu", ou ainda vai adquirir. Aliás, este fanatismo dos portugueses pelas instituições bancárias chega ao ponto de não terem dinheiro para cumprir com as prestações da habitação, porque "optaram" por serem "banqueiros". Ainda assim o português médio alto tem um mata-velhos, um T0, e é/foi dono de 5/6 bancos.
Incrível, há países, que em vez de resgatarem bancos, resgatam pessoas…Atrasados! Somos tão bons nisto que deviamos ser uma força de elite mundial para salvar bancos.
E, como os governos nacionais sabem deste entusiasmo, fazem-lhes a vontade, injetando, desde o BPN, 18 mil milhões de euros do dinheiro do trabalho dos portugueses na banca. Para manter o ritmo, António Costa já segue a linha de sempre, aumentado 2 euros as reformas, e investindo 1700 milhões no BANIF. A diferença para Passos Coelho, é que António Costa diz que o Banif vai "custar bastante aos contribuintes", e Passos Coelho dizia que "não custava nada e ainda dava lucro". No fim de contas, o resultado é o mesmo, com a outra diferença que Passos mandava sempre alguém dar as más notícias por ele…Pensem comigo. Isto parece melhor porque qualquer um de nós quando lhe metem coisas no rabo sem pedir, gosta que pelo menos o façam pessoalmente e lhe deixem um sorriso.
Depois, todo o quadro é espetacular. No BPN vendemos o banco por 40 milhões, quando lá enfiamos cerca de 10 mil milhões, e agora, no Banif, vendemo-lo por 150 milhões quando já se sabe que vamos injetar mais de 700. Ou seja, damos 700 milhões ao Totta, para nos comprar o Banif por 150. Espantoso.
Ainda bem que o BPN não era o BPP, o BES não era o BPN, e o Banif não era o BES. Felizmente o Montepio não vai ser o Banif, nem o BCP vai ser o Montepio…
Por fim descobri que temos andado enganados. Sempre ouvimos dizer para nos "agarrarmos ao Totta". Com a venda do Banif ao Totta, sendo que são os portugueses que vão bancar o buraco, é caso para dizer que o "Totta é que se agarra aos portugueses".
E nós agarramo-nos a quem?!
A) Estava a ouvir Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC, e fiquei sem dúvidas das razões de se ter tornado o Rodapé mais famoso de Portugal a falar de política. Como todos sabem, ao Novo Banco foi-lhe perdoado 80 milhões de impostos, e segundo se soube na semana passada, teve mais 200 milhões de prejuízo. Ora, 80 + mais 200 milhões de prejuízo dá... "120 milhões de lucro para o estado", segundo as contas estranhas do Rodapé - e o Marques Mendes recebe dinheiro para nos insultar. Espantoso! Se calhar Marques Mendes dormiu com os pés fora do berço. Este QI, só é comparável a um robot de cozinha, dos antigos, porque os novos já não se esquecem que abriram empresas, fundações com o Primeiro-Ministro, ou de pagar 800 mil euros ao estado num negócio de vendas de ações . Não é só o tamanho do Marques Mendes que é pequeno, a memória ainda é mais, mas em compensação tem a desonestidade de um latagão de 1,30 - perto dele é um gigante. O mais fofinho ainda é a forma como Marques Mendes começa o seu exercício de criatividade intelectual, a que chama "comentário político": "vou começar o meu comentário com a objectividade que me é reconhecida". Pelo que vimos, a honestidade e a objectividade do Rodapé, é pouco mais que um carro com a direcção desalinhada, que se tirarmos as mão do volante faz inversão de marcha sozinho, ou vai para as coordenadas que "Coligação" meteu no GPS.
B) Tanta gente que fala mal da nacionalização da banca, mas a banca só é privada enquanto há lucros para dividir. Quando falta o papel é como se fosse uma empresa do estado, a "bem da estabilidade financeira". É como ir sair como uma namorada, fazer o amor ao fim da noite, e mandar a conta do jantar e das flores para a Maria Luís. Assim vale a pena viver.
C) Ainda sobre a venda do Novo Banco os chineses não compreendem, pois se o estado vendeu de borla os CTT, a EDP, e a Fidelidade, etc, que deram lucros chorudos 35 minutos depois da compra, porque é que querem vender o Novo Banco por um preço justo? Para os chineses o estado português funciona como a loja do chinês, em Portugal.... para chineses. A diferença é que compram barato e bom em vez de barato e mau. Vejamos: se lhes comprarmos coisas, o barato sai-nos caro, como aquelas luzes de natal, que se as acendermos estamos sujeito a sermos nós a dar luz pelos olhos; mas se forem os chineses a comprarem ao estado, o barato também nos sai caro, pois compram empresas lucrativas a preços de luzes de natal da loja do chinês. Eles dizem, "ah e tal ficamos com o Catroga, já não têm que lhe arranjar um tacho, e ele é paga-se bem". Visto assim o negócio não parece tão mau.
D) Eu ainda pensei em candidatar-me a Primeiro Ministro, mas é o pior emprego do mundo. Passo Coelho se perder as eleições lá terá que ir trabalhar de borla para a Tecnoforma, ou gastar o pé de meia que fez enquanto não pagou a segurança social. Já José Sócrates, quando saiu do lugar, foi estudar para Paris às contas da mãe, teve que pedir dinheiro a amigos para beber uma sede de água, e agora vive na casa que a ex mulher lhe facilitou. Quem é que quer ser primeiro ministro para passar estas provações?!
E) Sobre a campanha: está espetacular! Se pusessem um polígrafo ao Passos tinham de dotar a máquina de um tinteiro de 25 litros, e mesmo assim, suspeito que a agulha à segunda pergunta se partia ao meio. Já António Costa, mostra o livro com as respostas todas, mas quando lhe fazem uma pergunta põe as pessoas a pensar…que o "Seguro" sabia responder àquela.
F) Para terminar, volto ao tema dos comentadores: é maravilhoso apreciar o Rendeiro, que rebentou com o BPP, homem de cambalachos e processos em tribunal que todos conhecemos, a dar explicações sobre a venda do Novo Banco. Já faltou mais para Vale e Azevedo dar consultoria ao tribunal constitucional, ou a Cicciolina aconselhamento matrimonial. Última palavra para o Relvas: o que disse não ouvi, aliás quando começou a falar pensei que o ruído que vinha da televisão era sinal que estava a dar o berro. Depois é que percebi que era ele a falar de política. Mas com o que fiquei fascinado foi com a exibição da camisa aberta quase até aos mamilos, ostentando o nível que tem (de bidé usado e não lavado a seguir à utilização), e da necessidade de passar uma telha no peito para dar uma aparadela nos pêlos; para quem reparou no blazer, rapidamente saltou à vista que em vez de um lenço discreto, era exibido um jogo de atoalhados vermelhos a sair por fora do bolso. Um homem completo!
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