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Público: "Há dois anos que a relação entre a Galp e o fisco é de conflito"- 4 8-de 2016 - Ontem.
Segundo se sabe a Galp não gosta muito de cumprir com as obrigações fiscais devidas, nem de pagar as coimas que lhe são aplicadas. Basicamente o conflito entre o fisco e a Galp, é a Galp não pagar o que deve ao estado e a malta do estado andar de avião à pala da Galp, em vez de obrigar a Galp a bater a cheta. A Galp no fundo é bastante poupadinha quando é para pagar e impostos e as multas, mas é uma mãos largas a fretar aviões para encher de políticos, entre os quais o secretário de estado dos assuntos fiscais Rocha Rodrigues. Cheira-me que a Galp vai encher de milhas os cartões da TAP daqueles políticos que "gostam de viajar". Depois "falta-lhe" dinheiro para pagar impostos, é óbvio. Não dá para tudo.
Eu já sei o que vou fazer. Quando tiver um problema com as finanças, ofereço uma mariscada ao secretário de estado Rocha Rodrigues, mas só porque sou uma jóia de moço. Não quero nada em troca. Até fico ofendido se pensarem que ofereço com segundas intenções. Vocês são muito mal intencionados. A Galp está para os políticos, como Santos Silva está para o Sócrates. Uns corações de ouro. É pena estas pessoas tão ternas e caridosas só existirem principalmente nos circuitos políticos, ou nos círculos de poder. O dinheiro não traz felicidade, como dizem, mas enche o coração dos administradores da Galp de amor ao próximo, e se o Rocha Rodrigues estiver próximo, muito melhor.
Diz a Galp que é “comum convidar para eventos pessoas com que se relaciona". Ahhhh que azar, eu relaciono-me com bombas da Galp há anos e nunca me tocou um convitezinho nem para ir ao aeroporto ver o avião levantar. Contudo qualquer um de nós podia ter sido convidado pela Galp, pois a Galp convidaria qualquer um de nós, que fosse secretário de estado das finanças. A culpa não é da Galp, é nossa. Isto para não dizerem que houve favoritos na hora da Galp convidar. Quem se lixou com isto foi a TAP que já tinha aviões cheios de políticos para irem ver os jogos olímpicos, e que devolveriam o dinheiro dos bilhetes à Galp caso fossem catados. Uma pena a Galp achar "comum" pagar charters a políticos, mas já não achar "comum" pagar impostos ou as multas que tem em dívida. Uma pena...
Mas calma que isto é tudo malta séria. Diz o secretário de estado Rocha Rodrigues, que vai "devolver o valor da viagem à Galp". Já o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, tinha decidido devolver o dinheiro que recebeu ao abrigo do subsídio de alojamento, que andava a abotoar-se indevidamente. Daqui a nada vou assaltar um banco e se for apanhado, devolvo o dinheiro porque sou um tipo às direitas. Não quero cá confusões. Assaltei porque achei que não tinha mal. Podia ser que passasse.
Porque o PS é um partido que não dá hipóteses, criou de imediato um "código de conduta" para os seus governantes. Pessoalmente sugeria antes disso, escolher pessoas com ética para os cargos. Mas isso traz-se de casa e não se aprende nos livros. Aliás, já existe um "código de conduta" no ministério das finanças que proibia Rocha Rodrigues de aceitar esta viagem oferecida pela Galp. Suspeito que o "código de conduta" que António Costa irá dar a Rocha Rodrigues seja a "bold" e com letra a "78" para ver se ele não derrapa outra vez. Se derrapar de novo faz-se outro em áudio para ele ouvir em casa. Este "código de conduta" é representativo da confiança que o PS tem nos seus governantes.
Por exemplo eu se não tiver um "código de conduta" não sei se posso dormir com a mulher do meu melhor amigo. Ou se é correcto ver alguém deixar cair dinheiro e não o entregar, pois achado não é roubado. Estas coisas sem um livro de conduta uma pessoa não sabe como agir.
Sugeria que os políticos tivessem um cartão de conduta por pontos. Com 700 pontos, que iam descontando cada vez que "falhassem na conduta". Tinham de ser 700 pontos, porque 12 pontos acho que não havia uma legislatura que chegasse ao fim, ou acabavamos com o Parlamento com 12 pessoas a contar com a senhora da limpeza. No entanto entendo que muitos políticos estejam confusos. Hoje a maioria já é político de carreira, sem nunca ter trabalhado, e para irem subindo na hierarquia dos partidos, se havia coisa que não podiam ter era conduta. Agora, de repente, pedem-lhes que tenham conduta?! Pessoalmente acho que isto também é gozar com as pessoas.
O PSD por seu lado ficou incomodado com esta situação. No fundo é compreensível: deixou de ser governo, o máximo que a Galp lhes arranjou foi uma camioneta da Barraqueiro, sem ar condicionado, e ainda tinham de bancar o gasóleo, a preço de custo, mais uma simpatia da Galp. Já agora onde é que estava esta conduta exemplar do PSD quando o Passos Coelho não pagava impostos, ou quando a Maria Luís Albuquerque foi trabalhar para a Arrow, depois de como ministra das finanças lhe ter "concedido benefícios fiscais"?
O PSD é uma escola de virtudes, já sabemos, até tem uma universidade de verão que vai agora para mais uma jornada. As cadeiras lecionadas este ano são; como transportar a mala do chefe; a distância que deve caminhar atrás do chefe, quando há uma televisão a filmar e, por fim; a curvatura com que deve andar nos primeiros anos de partido, quando acompanha o chefe. Nesta primeira fase não há "código de conduta" pois só existe uma regra: fazer o que manda o chefe para ganhar traquejo na arte de ser pau-mandado. Só assim poderá um dia vir a ser convidado para andar de avião à borla.
Para finalizar, isto é o arco da governação, ou arco do gamanço, como lhe quiserem chamar, no seu explendor.
Boas férias aos que estão de férias, aos que não estão, e abraços a todos os que passaram por aqui. É sempre uma honra contar com a vossa presença.
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