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Hoje era para não escrever, mas a Fátima Campos Ferreira obrigou-me a isso e já o merecia há muito tempo. Já sei o que estão a pensar: que vou falar das roupas que costuma usar para apresentar o Prós e Contras e de ontem ter ido vestida de zorro. Óbvio que não vou falar disso. Cada um usa o que quer, mas ainda hoje estou a matutar se terá deixado o cavalo preso no camarim. Passando à frente.
Ontem mais uma vez a apresentadora mostrou que ia tão preparada para o programa como eu vou para um debate de discussão das virtudes de Passos Coelho. Sem ponta de profissionalismo e respeito pelo convidado, Fátima Campos Ferreira, afirmou do alto da sua sapiência que Miguel Araújo cantava em inglês, para passar na rádio, ao que o cantor respondeu que não cantava em inglês mas sim em português. Ela não ficou totalmente convencida, e ainda insistiu - isto é verídico -, pois certamente a própria pessoa não lhe pareceu fonte mais fidedigna que a senhora do bar, local onde vai beber a informação antes de entrar para os programas, trocando inclusivamente ideias com a máquina do café nos temas mais sensíveis. Acredito até que saiu do programa a pensar que o Carlos do Carmo era o Justin Bieber com o cabelo pintado.
Por outro lado trata os convidados com condescendência e maternalismo, como se estivesse a educar as crianças, desvalorizando e ironizando aqueles que não gosta, além de que quando não lhe interessa, ou por falta de educação, corta a palavra à má-fila aos oradores, como fez indelicadamente com Carlos do Carmo. Age como o polícia no meio de ladrões. Põe-se em biquinhos de pés. Quando são convidados que "aprecia", é vê-la a desfilar e a sorrir, já que rezar à Nossa Senhora não chega para ter um programa onde se vai dizendo coisas sem nexo no meio dos convidados, mas, segundo sei, Fátima Campos Ferreira, foi preterida e já será um cantil a apresentar o próximo programa.
Aliás a arrogância e bazófia são pratos da casa. Quando esteve cá o Papa não lhe cabia uma cesta de melões no rabo, tantas vezes disse que veio e ia voltar no avião do Xico, e quantas informações este lhe tinha dado, mas que não as podia divulgar por exigências papais. Logo, pensei, com tanta intimidade, que o Papa lhe teria contado o vigêsimo segredo de Fátima, ou que ela seria o quarto pastorinho, mas que não tinha visto nada porque na altura da aparição tinha ido à casinha.
A certeza de que o Papa não falou nada com a Fátima Campos é que não a atirou borda fora do avião a meio caminho. Com o conhecimento profundo que se nota ter sobre as temáticas, se o Papa lhe falasse que Jesus morreu para nos livrar do sofrimento, ela diria que o Papa estava enganado, e "que Jesus estava vivo e era treinador do Sporting".
E pronto, era só isto.
Ontem estive a ver o Pesadelo na Cozinha, programada TVI, e fiquei traumatizado. Agora quando for comer fora, nem que seja à casa de alguém, levo um pão e peço um copo de água. Nem isso, levo o copo também. Isto porque se comer um bife com cogumelos, prefiro que os "cogumelos" não tenham crescido no próprio bife. Quem vier à minha casa nisto pode estar descasado: aos convidados só sirvo massa com atum. A massa é difícil estragar-se e o atum, primeiro passa a lata de prazo do que o próprio atum.
Muitos dizem que a produção do programa "obriga" àquela javardice. Epá não acredito! Nem eu, no tempo que fui estudante deslocado, quando a minha mãe me visitava deixava que me visse o "pesadelo no frigorífico"; os boxers em cima da mesa da sala; ou as meias no microondas. Sim eu já sequei roupa no microondas. Certo dia de uma t-shirt, tamanho L, fiz uma camisolinha para um bebé prematuro. Antes da minha mãe chegar, na noite anterior fazia a faxina, a casa ficava um brinco. Perguntava-me sempre a razão do frigorífico estar tão vazio, ao que respondia que o tinha descongelado. E nunca me aproximei de um "pesadelo na cozinha". É verdade que cheguei, só uma vez, a ter bolinhas verdes na sopa...e não eram ervilhas.
Mas imaginem ter convidados, e a televisão em vossa casa, e os receberem a cortar as unhas dos pés com a tesoura do peixe; deixarem a sanita com vestígios da açorda que comeram na noite anterior; ou servirem a comida em louça tão mal levada que os bagos de arroz colados e rijos já parecem decoração dos pratos. Eu sei que fui um bocado badalhoco nestes exemplos, mas é para perceberem o meu ponto. Temos o nosso brio. Aquilo é mesmo dos donos dos restaurantes. Custa-me acreditar que alguém aceite passar por javardolas na televisão se não o for e não tiver orgulho nisso. Eles riem-se: "olhe, tem um anão morto em decomposição na arca", diz o chef. "Eu sei, só vendemos uma coxa do anão, não o íamos jogar fora. Sai pouco sabe, mas ainda dá para hambúrgueres", responde o dono. Este é o espírito. Descontraído.
Depois, no programa de ontem, surgiu a directora de marketing do espaço, muito lavada, que disse que a equipa do restaurante era uma bosta; o restaurante estava uma bosta; e que quem é que queria ir trabalhar para Santarém, cidade que para a senhora, era outra bosta. Para quem gere a imagem do restaurante não se pode dizer que não fez um bom trabalho. E segundo sei recebe ordenado ao fim do mês para falar mal da empresa que lhe paga e nada fazer para mudar o que está mal. No fundo está ao nível da cozinha: uma directora de bosta.
Uma coisa que percebi pelo que fui ler é que nestes restaurantes não há quem saiba cozinhar, servir à mesa, e gerir os restaurantes. Contratam pessoas para trabalhar num restaurante como se estivessem a abrir um canil. "Gosta de animais? Sim? Óptimo, amanhã começa a servir à mesa". Basicamente é como ir a um cabeleireiro e o tipo que está lá só saber que é com tesouras que se corta o cabelo, ou ir a um concerto e a Maria Leal aparecer para cantar. Não pode correr bem.
Antes disto, sabe-se que os restaurantes pediram ajuda, porque "não tem clientes". Na! A sério? Jura! É que não se entende porquê...
Ontem fomos mais uma vez ao circo com os "famosos", mascarados de palhaços como habitualmente. Falo obviamente do espetáculo de variedades com que nos brindaram para "encerrar" o caso BPN.
Mas antes de irmos ao cerne da questão quero sublinhar o azar que tivemos que o Doutor Oliveira e Costa não tivesse adoecido enquanto estava na liderança do BPN. Senão vejamos: "em 400 sessões do julgamento do caso BPN, Oliveira e Costa só esteve presente numa ocasião". "Na primeira". Tudo devido a doença. Agora imaginem que tínhamos a felicidade dele ter faltado 400 vezes ao trabalho quando geria o BPN? Se calhar a golpada tinha ficado pela metade. Mas infelizmente aí estava fresquinho que nem uma alface e na posse de todas as suas faculdades de larápio. Tenho um dedo que desconfia que com a sentença de ontem, a sua condição de saúde irá melhorar a olhos vistos, pois já não será preciso comparecer em tribunal nos próximos tempos. Quando for adoece de novo.
Passando à "vaca fria", e ouvida a sentença, vi muita gente contente com as penas aplicadas aos arguidos, mas ainda não percebi porquê. Armando Vara há quase três anos também foi condenado a cinco anos de pena efetiva, e o mais certo é que estará tão preocupado com isso que já mudou a água da piscina, com o dinheiro com que se abotoou, para relaxar do stress acumulado.
A mesma preocupação terá Oliveira e Costa, com os 14 anos de prisão que levou. Atualmente com 80 anos, quando o forem buscar a casa para cumprir pena, a família entregará à polícia o pote com as cinzas do senhor e pede para as porem numa zona soalheira e arejada. A única solução é que Oliveira e Costa viva até aos 230 anos para esgotar todos os recursos que o impeçam ir de "gaveta". Talvez assim cumpra alguma coisa. Ah, esqueçam. Antes prescreve. E nem sequer é preciso isso, diga-se. Com a idade que tem, e como não cometeu nenhum crime violento, pela lei, pode cumprir a pena em casa. Como sou má-língua acho que só não há mais culpados proeminentes devido a muitos ainda não terem completado 80 anos.
Cavaco Silva depois de romper a forte amizade com Dias Loureiro, deve estar também muito desiludido com Oliveira e Costa, outro amigo de longa data. Juntando-se Duarte Lima e mais um par deles, o ex presidente da república não teve muita sorte com as amizades. Salvou-se ele, pois, "mais sério que ele tinham de nascer duas vezes". Infelizmente só arranjou amigos que nasceram de parto prematuro.
A verdade é que a sentença para Oliveira e Costa é um descanso: já sabe o tempo que não vai cumprir, já ninguém o maça com isto, e pode ir gozar o que gamou em paz. Sim, agora já se pode tirar o "alegadamente" ao gamou. Por exemplo, se encontrarem o Doutor Oliveira e Costa na rua podem dizer: "olá Doutor Gatuno, tem gamado bem"?, sem problemas de processos.
Mas é um facto que as coisas mudaram: antigamente era tudo ilibado, ou os processos prescreviam, agora atribuem-se penas de prisão efetivas, mas ninguém vai "dentro". O menu é o mesmo, só mudou o cheiro. Já lá vai o tempo em que davam as "palmadas", ficavam com o dinheiro, mas não queriam ser conhecidos na sociedade como ladrões. Como o povo começou a "levantar cabelo", passaram a dar as mesmas palmadas, continuaram a ficar com o dinheiro, mas hoje estão-se a borrifar se são conhecidos na sociedade como ladrões. Simples. É preciso é dar palha ao povo para o manter calado e dar o ar que há justiça. "Eles até levaram penas longas de prisão" - foi o que já se começou a ouvir pelos comentadores. E assim ficamos com a sensação que as coisas mudaram, mas no fim de contas… é só mesmo a sensação, porque… "Se os arguidos não concordarem com as penas podem recorrer". Daqui para a frente é interpor recursos e recursinhos até prescrever ou algo similar e está feitinho. Preso é que ninguém vai. Desenganem-se. Nada mudou.
No entanto estamos no bom caminho: mais 10 ou 15 bancos falidos e talvez um contabilista possa ser realmente preso.
Lembram-se do sketch do Gato Fedorento sobre o aborto com o "Professor Marcelo"? Vejam a versão BPN e digam que não faz sentido.
— Pode ser preso?
— Pode!
— Vai ser preso?
— Não!
— Mas não levou prisão efetiva?
— Levou!
— E isso não significa prisão?
— Significa!
— Então vai ser preso?
— Não!
— Mas pode?
— Pode!
É mais ou menos isto.
Termino com um exemplo da brincadeira que tem sido este caso, e vai continuar a ser: "É um homem honesto e integro e não tem um cêntimo do dinheiro do BPN". Estas palavras são do advogado de Oliveira e Costa. Isto é tudo verdade. Os advogados não mentem, mas só faltou explicar a razão do seu cliente se ter divorciado e passado tudo para o nome da mulher quando rebentou o escândalo do BPN.
Vai mais um fardo de palha?
Encontrei-a de novo e continua o mesmo.
Todos nos cruzamos com pessoas mais "experientes", que por respeito, acabamos por condescender quando se sentem com propriedade para ver a folga do elástico. Tenho um caso destes, uma senhora na casa dos sessenta e tal anos que está por norma muito bem-disposta e gosta de "brincar", alcançando por momentos o patamar da "senhora gaiteira". É a que diz cheia de confiança: "Ahhhhh se fosse mais nova". "Se fosse mais nova o quê"? Nunca lhe perguntei isto, admito, mas, se fosse mais nova eu também era, dava no mesmo; e se fosse mais nova, e eu da mesma idade, era preciso eu querer alguma coisa! Ela não percebe que o que sugere colide com o que eu vejo, e se fosse mais nova punha-lhe uma ordem de restrição.
É daquelas senhoras que fala para a plateia. "Precisava era de um destes (apontando para mim); o que tenho lá em casa já não dá para o gasto". Sentindo-se forte solta gargalhadas e exibe, sem complexos, a falta de duas cavilhas na lateral esquerda e meio dente ratado à frente. Isto é a visão do inferno, mas confiança não lhe falta. Pior, pelo estado da cara de certeza que se maquilha num balde e serve-se de uma trincha para pintar os olhos. Ah, e usa um perfume daquele que faz arder as meninas-da-vista. Aquilo é veneno, e com o calor pode virar ácido.
Não é alguém que veja todos os dias, nem a via há algum tempo, mas mal me viu deu-me dois beijos repenicados, acompanhados pelo respetivo aperto de cara, para de seguida, a sacramental pergunta: "já arranjaste alguma coisinha"? "Coisinha"? Há sempre a ideia que um desempregado não pode arranjar ou desejar uma "coisa". Depois de aberto o diálogo, nos cinco minutos que estive com ela, disse-me para ter cuidado com a "barriguinha", passando-me a mão ao de leve; que já tinha o cabelo grande a precisar de um "jeitinho"; e para aparar a barba. O conselho da barba deixou-me pensativo, dado que ela tinha um buço robusto e parecia viver bem com isso.
Podem estar a pensar que a senhora estaria ali para as curvas, ou seria um exemplar bem conservado para vir com esta embalagem. Nada disso! Tem um rabo parece uma rotunda de três faixas, com uma estátua lá no meio, e umas costas de tal dimensão que serviriam de tábua para passar cortinados.
Possuidora de um guarda-fato que um dia ficará para fazer peças de teatro de época, não se nega a usar um decote generoso para ostentar a pele franzida na zona da separação das meninas abatidas pela gravidade, e adornadas pelo clássico cordão dourado, vendido ao metro, com o que sobra a desenrascar de coleira para o cão. O decote demasiado exuberante para o menu, que promete lombo e depois oferece alcatra rija com nervo. Trinta e oito cabelos mal-amanhados, puxados para trás a parecer um rabo de um coelho.
Calça daquele modelo de sapatos que fica somente o dedo grande de fora ao centro a espreitar. A unha é uma garra e a pedicure só pode ser feita com uma tesoura de podar. Mas pensem: para o dedo grande, que está na ponta, derivar para o centro, imaginem a singularidade dos pés e a organização errática que aqueles dedos devem ter. Para encontrar os dedos só com GPS.
Isto para o ego de um Gajo seria arrasador, e motivo para voltar ao atum em óleo, se não achasse que ainda estou num estado aceitável, e não viesse de um "modelo" a precisar de dar uns toques nos pontos de ferrugem e com o chassi arreado.
Pronto, a senhora até é simpática, mas sempre que me vê faz este carnaval…aborrecido.
Não vi o vídeo da alegada violação publicado no jornal Esgoto da Manhã. Calma, não é que não goste de películas de cinema de autor, mas a minha sanidade ainda está mais saudável que a do director do Esgoto.
Apesar de não ter visto o vídeo vou dizer umas coisinhas...
Pelo que me é dado a ver o álcool e a mini-saia são as maiores causas de violação/abuso dos tempos modernos. "Ui aquela gaja de mini-saia está mesmo a pedi-las"; ou, "está tão bêbeda que é aproveitar que nem reage. Se bebe sabe que pode haver consequências". Imagino este pessoal se descobre alguém que toma comprimidos para dormir. "Não acorda? Siga que é tipo self-service. Se tivesse acordado/a nada disto acontecia...".
Não sei se concordarão comigo, mas esta corrente de pensamento parece-me perigosa, senão reparem: estava a falar com uma amiga, em que ela diz que se a rapariga não tivesse bebido, nada daquilo teria acontecido. Sem se aperceber, logo aqui foi para fora de pé, pois concluiu que se a jovem estivesse sóbria, não apreciava que o rapaz lhe pusesse a mão na língua-de-gato, naquelas condições.
Depois perguntei-lhe se por acaso um dia exagerasse na bebida se não se importava de ser degustada por um mini-bus de ganeses, e ainda ser apontada como provocadora, quando os rapazes só iam a passar.
Admito que fiquei surpreendido com o silêncio. Talvez esta ideia de ser rodeada por cavalheiros robustos e detentores de marretas à cintura, não lhe fizesse assim tanta confusão.
Percebi que não ficou totalmente convencida com os meus argumentos, e pedi-lhe para substituir a sua pessoa por uma filha. Aqui, disse-me que já estava a desconversar. É complicado. Se nos tocar a nós...
Terminei a dizer-lhe, que nunca faça nada que a deixe "anestesiada", pois pode acordar com vontade de pôr pó-de-talco para assaduras... sem saber a razão.
Eu penso sempre como seria comigo... Vou a uma festa, bebo demais, vem de lá um atrevido e usufrui de algum orifício meu sem autorização. Não ia apreciar passar duas semanas sentado numa bóia. Depois ainda gostava e era uma chatice.
Isto é a mesma história que roubar alguém bêbado. Um bêbado até é capaz de oferecer tudo. Mas em tribunal isso pode ser revertido por aproveitamento de uma pessoa que não está na plenitude das suas capacidades, apesar de ter dado porque quis...
Os que filmaram, talvez se conhecessem um actor porno - ainda hoje me impressiono quando o vejo - que tinha uma giboia de 50cm, e lhes dissessem que na próxima, subiam o pau ensebado sem mãos, o Spielberg que têm dentro deles passava-lhes que era um instante.
Nós devemos ter muita calma a abordar estas coisas e os sinais que damos, mesmo que nos pareçam óbvios...
Curiosamente vi em Fátima algumas roulottes. Ficou-me a moer o que serviriam aos clientes. Talvez shots de água-benta e hóstias na chapa? Parece-me o mais lógico. Mas sobre Fátima já lá vamos.
Já tivemos metade do mundo; somos campeões europeus; ganhamos o festival da canção; temos o Secretário geral da ONU; o melhor jogador de futebol do mundo; a melhor atriz porno da indústria; o Durão Barroso, presidente da EU, que foi o tapete oficial da gorda alemã; cozinhamos a maior feijoada da história; e até um chocalho português é património mundial. Estamos imparáveis. Aliás, se continuarmos nesta senda, qualquer dia começam a barrar a participação portuguesa nas competições. Para quem diz que estou a exagerar, relembro que a Nossa Senhora tinha o mundo inteiro para aparecer, e escolheu a Cova da Iria para dizer um "oi". Portugal já estava na moda, nós é que não percebíamos.
Dito isto, hoje saí de manhã para comprar pão e a pastelaria onde costumo ir ganhou o prémio da melhor arrufada do quarteirão. A partir de agora só me dou com vencedores (logo eu).
A propósito do fim-de-semana, o "outro" é que tinha razão: "Fátima, Futebol, e Fado". Não foi fado, mas não andou longe.
Visita Papal
A sexta -feira começou otimamente, pois mal ligo a televisão vejo a Cristina Ferreira perguntar, "se estava ali à espera do papa", a um senhor que estava ali à espera do papa. Vi que havia pano para mangas, e logo a seguir, a apresentadora disse que, "tinha sido naquele local que os pastorinhos andavam com as ovelhas". "Andavam"? A fazer o quê? Dito assim, sugere algo mais "íntimo" com as coitadas... Não seria, "pastorear"? O que me deu a parecer é que a Cristina Ferreira só sabia que teria acontecido algo em Fátima que metia pastorinhos e uma Senhora em cima de uma árvore. O que já não é mau, diga-se. Ainda nos informou que contou uma história ao filho sobre o Papa. Isto tudo ainda o papa não tinha chegado. Mudei de canal.
Quanto ao evento propriamente dito, a Nossa Senhora não apareceu, mas apareceu o Marcelo, "que está no meio de nós". Outra nota sobre o presidente, é que os beijos que deu na mão do Papa Xico, assemelharam-se a uma esfoliação a seco. Se o Papa tivesse um anel areava-lhe a prata só com os lábios. Marcelo foi esperar o Papa ao aeroporto, foi dormir a Cascais, e de manhã arrancou a pé para Fátima pela fresquinha. Sem trânsito foi um tirinho. E quis ir descalço para dificultar.
Quem está lixado com isto é o Passos Colho, que em vez do diabo, viu o Papa em Portugal.
Senti também que faltaram claques com cânticos à passagem do Papa. Como por exemplo: "lá lá lá quem não salta é jeová"; e, "eu eu eu Graças a Deus não nasci ateu". Acho que dava uma cor. Por falar em futebol, sobre a questão que está na berra do vídeo-árbitro, é que se existisse em 1917, as dúvidas sobre a aparição da Nossa Senhora não se punham.
A assunção Cristas que também esteve em Fátima, aproveitou para conversações com o Papa e já está em condições de prometer aos lisboetas, além das vinte estações de metro, vinte aparições da Nossa Senhora em vários locais de Lisboa. Espero que tenha dito ao Papa que quando estava no governo era contra o aumento do salário mínimo, e a favor de cortes nos mais pobres. De certeza que disse.
Rtf
Os repórteres do Correio da Manhã choraram quando chegaram a Fátima, dizem eles, por causa da emoção. Para mim choraram com o peso na consciência e medo do castigo divino, pelo jornalismo impar daquele "jornal".
Festival da Canção
Sobre o festival a primeira coisa que urge dizer é que andou o Eládio Clímaco a levar com o festival durante décadas...para ser o Malato a trazer o caneco. Seria o Eládio que estava a dar azar? Se era vou passar a andar com um Malato no bolso a ver se a sorte muda.
Quanto ao Salvador Sobral, fiquei muito contente que tenha ganho o Festival da Canção. Portugal ganhou! Já agora: não sei se notaram mas há partes da música muito parecidas com a ladainha que cantaram no Santuário de Fátima na Procissão das velas, tanto que na segunda vez seguida que ouvi a canção, no sábado, fiquei com uma pontada aqui atrás que demorou a passar. Será por isso que o Papa deu o toque "lá em cima" para ganharmos? Fica a pergunta...
A vitória foi mais que merecida, também porque, no meio das músicas que concorreram, não ganhar, era como se a Cristina Ferreira perdesse um prémio de beleza onde a Fanny era a segunda concorrente mais gira. Falta aquele gostinho. Salvador Sobral concordou comigo, atenção, achando natural ganhar: disse que a canção dele era a melhor, de longe, e que de todas as canções que lá estavam, só gostou da letra (nem foi da música), da concorrente italiana.
Sei que vou ser insultado pelo "team Sobral" por dizer estas heresias, e que o festival da canção passou de uma treta popularucha para um encontro de música erudita... Até vi pessoas na televisão (SIC Notícias) exatasiadas com o cd do Salvador Sobral, e de como era espantoso, quando até há meia dúzia de dias ninguém "sabia" quem era Salvador Sobral, quanto mais que tinha um cd ou ou uma cassete com músicas.
Salvador Sobral perdeu o Ídolos e ganhou o festival, o que só prova que em Portugal somos muito exigentes. Cá, com esta música, Salvador Sobral ouvia do Moura dos Santos : "tu não percebes nada disto, pá; tu não cantas nada".
Por outro lado, o saco-cama em Lisboa, em Maio de 2018, vai custar os olhos da cara. Isto se for feito em Lisboa. Vozes já se levantaram a dizer que organizar o festival da canção saía muito caro. Claro, já pusemos 21 mil milhões na banca, temos 3 bancos a falir, e não podemos andar a viver acima das possibilidades nem a gastar dinheiro mal gasto.
Interessante a Alemanha ter-nos dado dez pontos. Noutros tempos nem lá íamos porque a gorda não deixava para não sermos gastadores. Adoro falar na gorda... Também aguardo que Passos Coelho, que diz que tudo o que corre bem em Portugal é responsabilidade dele, venha dizer que Salvador Sobral ganhou porque teve aulas com ele, quando tinha voz de "barítono".
Espanha alcançou cinco pontos com a sua música, dados por Portugal. Isto é a humilhação suprema. Está ao nível da "padeira"...
Por fim, com esta vitória no festival da canção há que acreditar que podemos melhorar a já belíssima classificação no ranking dos países mais corruptos. Há que fazer por isso, temos gente muito capaz. O céu é o limite.
É tudo nosso!
*Foto apanhada por aí.
Alguns leitores já me toparam e ciclicamente, e simpaticamente vão-me aconselhando a fechar a página e a dedicar-me a outro hobbie, pois a escrita de humor está para mim como Rita Pereira está para jurada de um programa de dança.
Há dias atrás em determinado post um leitor disse-me que para "escrever aquilo mais valia estar quieto". Perguntei-lhe sobre que deveria escrever, ao que me respondeu, "não sei...".
Aceitei o repto e vou seguir a sugestão e dissertar sobre o "não sei".
Estou sentado e não sei sobre o que vou escrever. É a primeira vez que escrevo e não sei o que vem a seguir, só que quero dizer algo sobre isto e não sei. Só sei que vou escrever sobre não sei, mas não sei por onde começar, nem sei se vocês querem saber o que não sei sobre este assunto. Ou seja nem sei se vocês terão interesse em ler alguma coisa que nem eu sei o que quero dizer.
Introduzido o tema não sei o que vem a seguir, mas acho que a ideia chave vocês já perceberam: eu não sei o que estou para aqui a dizer. Basicamente eu não sei muito sobre nada, por isso escrever sobre não sei não foge muito ao habitual, daí já ter escrito este bocado, o que me deixa realmente preocupado. Chego a este ponto e não sei se o que escrevi faz sentido, não sei se vocês acham que estou ainda mais parvo, no fundo, não sei nada.
Concluo que mesmo para escrever sobre não sei, tenho que saber escrever sobre algo que não sei, e não saber nada, obriga a escrever sobre nada. Juntando tudo, não sei nada, e não sabendo nada, este foi o texto mais difícil que já escrevi, pois não disse nada e se calhar o leitor tem razão. Não sei este post será mais interessante que aquele que o leitor não gostou, mas a verdade é que não sei se sugestão me deixou convencido a alterar o meu método. Não sei...
Acham que queimei de vez? Não sabem?
Gajo
Não tenho palavras para descrever a emoção que sinto ao vê-lo sentado no Maple…No fim tiramos uma selfie. Sem fotografia é como se não acontecesse. Sei que me percebe pois também anda nas redes sociais.
Papa Xico
Sim, as redes sociais são muito pecaminosas e é preciso um trabalho de limpeza. Veja-se isso das nudes...
Gajo
O que são nudes?
Papa Xico
Esqueça... Caro Gajo, deixe-me que lhe diga que uma das razões que me fez vir foi a oportunidade de me sentar neste Maple, falado por esse mundo fora. Este conforto é praticamente tocar o céu. Tem aqui ao lado este banquinho para quê?
Gajo
O banquinho é…depois explico. Papa Xico, o senhor, em novo, foi segurança de um bar; dançava tango; gostava de ir à bola; e tirou um curso de química. Eu, também em novo, trabalhei num bar; neste bar cheguei a pôr tangos para as pessoas dançarem; também gostava de ir à bola, e também tenho cursos. Dito isto, se fiz tudo certo, o que é que correu mal para eu estar desempregado e o Papa Xico estar de cavalinho? O seu "Patrão" não vai à bola comigo?
Papa Xico
Isso terá de falar com Ele.
Gajo
Estava a meter a cunha. O mais próximo que andei de ter um trabalho como o seu foi quando trabalhei em time-sharing...
Papa Xico
Está a querer dizer-me alguma coisa?
Gajo
Nada, nada, na altura acreditava que os empreendimentos para os quais vendia férias também existiam.
Papa Xico
Olhe Gajo, fale com Ele. Mas Ele não é fácil de apanhar. Eu que trabalho para Ele nunca O vi.
Gajo
Eu tento, mas não me passa cartuxo. Também gostava de ter um patrão desses; não chateia, não aparece, não obriga a cumprir horas. Vidinha santa é o que é.
Papa Xico
Verdade, imagine que era como o Ljubomir Stanisic, do "Pesadelo na Cozinha"? Já me tinha posto ao fresco. É que nem um vinagrete sei fazer…
Gajo
Exato, e que obrigava o Papa Xico a angariar 1 milhão de fieis até ao fim do ano para cumprir os objetivos da "empresa".
Papa Xico
Mas isto não é fácil, Ele está no meio de nós…anda sempre de olho.
Gajo
Lá está e foi por isso que trouxe o banquinho. Em vez de estar no meio, sentava-se aí ao lado. É que se estiver no meio de nós, não conseguimos conversar em condições.
Mudemos de tema. No próximo sábado estará em Fátima. Segundo ouvi dizer vão gastar milhões em segurança para o Papa Xico. Isto não é um contrassenso? Se não o protege a si, como é que podemos acreditar que nos protege a nós?
Papa Xico
Percebo a pergunta. Ele queria cá vir, mas quem é que consegue arranjar alojamento em Fátima nesta altura? E se consegue, só se assaltar a caixa das esmolas para pagá-lo. Fora alimentação. Ainda pensou em vir, mas tem a viatura na revisão, e solução era vir a pé, mas ainda é um esticão.
Gajo
Há muitas pessoas que vão a pé para Fátima...
Papa Xico
Pois, compreendo, o problema com o estacionamento. Em Itália também é assim, não é só em Fátima. E eu só vim porque me arranjaram um avião e um quarto, em regime de meia pensão, e serventia da cozinha. Não fosse isso não punha cá os cotos.
Gajo
Já agora, o que é que achou do Terço gigante que foi posto no Santuário, idealizado pela Joana Vasconcelos?
Papa Xico
Vai ser difícil alguém pôr aquilo ao pescoço.
Gajo
A Joana tem a criatividade de um canteiro de pedras polidas.É uma artista que quando lhe pedem alguma coisa, ela faz essa coisa em grande.
Papa Xico
Ainda pensei em pedir-lhe para fazer as hóstias...
Gajo
Ainda bem que não pediu. Por falar em arte. O que acha disto?
Papa Xico
Cruzes, quem é que fez isto? Depois do busto do Ronaldo…Vocês têm problemas com estas coisas.
Gajo
Salvo erro, é uma peça da Vista Alegre.
Papa Xico
Faz sentido. Algumas senhoras desatentas devem ficar com a "vista alegre" ao verem isto. Se leu sobre mim, sabe que sou danado para a brincadeira.
Gajo
E sobre esta foto, que tem a dizer? Repare nos pormenores com muita atenção.
Papa Xico
Incrível. Nem sei que diga. É preciso acabar com este flagelo!
Gajo
Nunca entendi. Alguém devia ser punido por permitir uma coisa destas. É uma criança…
Papa Xico
Sem dúvida! Como é que um pai permite que a sua filha use crocs?!
Gajo
Não há desculpa. É a coisa mais bizarra da história do calçado.
Papa Xico
Um aparte. O Gajo está um homem de pouca fé…
Gajo
Não. O Deus em que acredito não é castigador. Diz-se que morreu na cruz para nos livrar do sofrimento. Tenho-O como boa Pessoa. O Homem é que faz o cambio da fé em euros e em castigos para as "ovelhas" não se tresmalharem. É nisto que não acredito.
Papa Xico
Está corrente de ar aqui.
Gajo
Está não está? Por exemplo que acha daquele outro senhor que cobra 2500 euros para fazer caminhadas até Fátima, para pagar as promessas de outras pessoas?
Papa Xico
Quer dizer, não me parece mal. Um senhor empreendedor. É tipo uma empreitada. O problema é se fica bem feito. No outro dia mandei arranjar as meias-solas destes sapatos, o sapateiro deu a um amigo para fazer, e agora tenho um prego a moer-me a polpa da sola do pé.
Gajo
Responda lá se considera ou não que a igreja cada vez mais é um negócio, algo que afasta as pessoas?
Papa Xico
Gajo, tenho o Papa Mobile mal estacionado e os tipos da Emel andam aí que nem cães. Ainda no outro dia levei um chimbalau de 200 euros por ter a Luz Divina fundida.
Gajo
Um abraço e até sábado. Foi uma pena Ele não ter aparecido. Continue o bom trabalho…
E pronto foi a entrevista possível. A partir de hoje é que não arranjo mesmo emprego.
PS - Se gostaram partilhem. Isso é porreiro e fico todo contente. Se coiso, fica assim.
Até podem receber o que escrevo por email. Dito assim parece uma coisa boa. Basta porem o vosso email, no cimo do blog à direita - há lá um campo. Se coiso, fica assim também.
Pessoalmente não acho que nada sobre mim tenha grande interesse. Aliás, sou um gajo extremamente desinteressante, diga-se.. No entanto recebo muitas perguntas de seguidores, e de outros, a quem nunca respondi, que sentem alguma curiosidade sobre a minha pessoa, sobre o blogue, e a página do facebook. Chegou hoje o dia de responder ao possível.
Nome
Gajo. Ainda me lembro de ao início quererem que mudasse o nome da página, pois "gajo" era depreciativo. Era para ser. Na altura não se usava... hoje...até "gajas".
Idade
Não especificaram se era a mental. Se sim, 12.
Estado Civil
Perfeito.
Qual a tua área?
Normalmente, sala. E estudei mais que o Relvas.
Filme preferido?
Suspeitos do Costume.
Série
House of Cards; Braking Bad.
Música
Cure; David Bowie; Benjamim Clementine; Violent Femmes, etc.
Comida Favorita
Lulas.
Já ganhaste dinheiro com esta página?
Não. Nunca coloquei uma marca num post que não tivesse o exclusivo intuito de fazer rir.
Já te pediram para escrever algo a troco de algo?
Já, mas não era positivo para o que a página é, para mim, nem para quem me segue. No fundo nada que valesse a pena. Quando o fizer, se o fizer, digo.
Se sou humorista?
Não. Aliás a minha vida sempre foi muito longe da escrita de humor.
Se espero tirar proveito desta página?
Não. Nunca foi o meu intuito. O tempo verbal pode ser indicativo. O número de seguidores Ainda hoje me espanta. Ter 5 mil na primeira semana foi incrível. Se nunca tivesse parado de escrever durante vários meses, ciclicamente, hoje não sei quantos teria. Tive os meus períodos de abaixamento de forma. Antes das alterações no facebook tinha uma média de 100 seguidores por dia, atualmente para ter 1 é uma luta. Mantenho o mesmo espírito. Até hoje nunca pensei rentabilizar isto. Sempre foi uma distração e um local de exorcismo de minha parte. Amanhã não sei. Depende do que for.
Como é que conseguiste ter sucesso com a página do facebook e com o blogue?
Não faço a mínima. Talvez nunca me ter lamentado, ou dizer as coisas em tom de lamento. Falar em temas difíceis com humor, provavelmente foi o maior segredo (esta página tornou-se uma comunidade onde as pessoas desabafavam e riam. Eu só arranjava motivo para aparecerem). Nada foi pensado. Calhou assim. Quem cá vinha já tinha muitos problemas, não precisava dos meus. Queria rir, não chorar. Eu ajudava a fazer rir, e ajudavam-me rindo. Uma troca. Hoje continua a ser válido. Depois, respeitar os seguidores é fundamental. Escrever coisas que as pessoas gostam também ajuda. Ah, e interagir. A caixa de comentários deve ter feed-back de quem escreve. Esta pergunta e mais algumas foram feitas por pessoas que queriam abrir páginas. Sim, fui consultor em várias.
Outra coisa: gosto de ter seguidores, muitos, enche-me o ego. Não sou hipócrita. "Ah, não quero saber". Treta. Para isso escrevia e não publicava. Punha numa moldura e lia eu.
Sonhos
Saúde.
Dás aqui a tua opinião?
Raramente, apesar se alguém roubou é obvio que não concordo com isso. Mas tento evitar. Uma coisa é certa: nunca escrevo sobre a pessoa, mas sobre situações em que está envolvida. Por vezes não é fácil pois há seguidores que pessoalizam a situação. Se eu disser que uma "velha" não deve usar fio dental na praia antes de ir ao estendal, a "velha", para muitos estou com preconceitos. Por mim a velha usa sete fios ou anda nua. Que seja feliz. Esta seria a minha opinião, mas não teria graça. Se falo do PS os socialistas não gostam, do PSD os sociais democratas idem, e por aí a fora. Quero fazer rir, ponto!
Quanto tempo levo a fazer um texto?
Ter a ideia, pensar na estrutura, escrever, correções, gramática, pontuação, etc, cerca de 3 horas. Mas é variável.
Se acho piada ao que escrevo?
Raramente. Quando publico é raro pensar que está engraçado, ou que fará rir alguém. Tenho essa esperança, daí os vossos comentários, likes e partilhas serem importantes, para ter a ideia e sentir que vale a pena continuar. Quando não tiver reacções paro. Meto na moldura.
Que convites já tiveste?
Alguns, mas para escrever, que era o que me interessava, nenhum -remunerado. De borla às dezenas. Fui convidado para ir ao "5 para a meia noite", pelo Markl; para dar a cara em entrevista, para o DN; fazer uma foto-reportagem para o I, na altura das manifestações; mais uma coisa ou outra, como a entrevista no P3 do Público ou ser a página da semana na Antena 1 - nestas situações como o "Gajo".
Nunca aceitei nenhuma pois nunca quis exposição. Nunca quis ser o representante dos desempregados. Nem de mim faço um bom papel. Sou muito recatado, as luzes ferem-me as vistas. Também tive um convite para escrever um livro, como cheguei a dizer aqui, mas não era rentável, e com risco de perder dinheiro. Um convite, remunerado, para escrever, bola. Tiros ao lado.
Ambições profissionais?
Trabalhar no que gosto e sentir-me realizado. Depois se der para ser bem remunerado por isso, melhor. Prefiro ganhar menos e gostar do que faço. Pelo trabalho que dá, se só trabalhasse pelo dinheiro, tinha fechado esta página no primeiro dia.
Já pensaste em fechar a página?
Muitas vezes. Não o fiz por respeito aos seguidores; muitos vinham sempre dar uma palavra quando andava ausente. Acho isso incrível, lembrarem-se de mim. Muitos seguem-me desde o primeiro dia. Acho que nunca vou fechar, pode perder o "desempregado", fica o "Gajo".
Para terminar:
Quero dizer que esta página esteve longe de ser só gargalhadas e para mim nem sempre foi fácil ver diariamente pessoas a passarem por dificuldades, muitas das quais aprendi a gostar. Deste lado também não era/é fácil... Eu lia e recebia muitas histórias que gostavam de partilhar comigo. Por vezes era um peso grande. Felizmente há cada vez menos histórias. Haverá quem duvide disto, mas ainda há pouco tempo tive um comentário, público, de uma senhora que era seguidora diária, que passou por dificuldades, emigrou e hoje está muito feliz. Fez questão de mo dizer. Deixa-me honrado e feliz ao mesmo tempo. Reconforta-me sentir que "ajudei", sem saber, em determinada altura, e que não me esqueceram. Esta página tem uma história dura mas bonita, além das gargalhadas, que talvez os seguidores mais recentes não se apercebam tanto. Isso deixa-me tocado, admito.
Muitas outras perguntas foram feitas mas não saímos daqui, nem teriam grande interesse. Já estas...
Gajo
A basculação
O harmónio
O desejo
O orgasmo
Feito bola, jogado sobre papel quadricular
Abre-se um latifúndio.
As movimentações interiores e exteriores de um jogo simples
Feito de transição entre linhas.
A ideia é a base de tudo
Uma casa tática desabitada; a caixa negra do jogo, a nave espacial, outro mundo.
Deixou de ser um jogo já é uma aula.
Podemos ver a alma dos jogadores
A busca de espaço com o pé trocado
O pé mentiroso
Que tem a bússola na ponta
Penso, logo, jogo!
Vemos o circuito sanguíneo do ponta-de-lança
Jogador com cheiro a rua
A loucura com duas pernas
Que corre caminhos
Que acaricia a bola
Que sente o cheiro do couro.
Age como um bisturi cirúrgico
A qualidade no corpo todo
Capaz de morrer e depois ressuscitar
Que fechou a porta e deixou a chave de fora
Este golo falhado é dos mais bonitos.
Este golo é perfeito para guardar e emoldurar
O futebol é alegria, arte, magia
Em estado puro.
O futebol é o microcosmos da vida
Acima disto não há mais nada.
Feito com frases do comentador Luís Freitas Lobo. Um poeta...
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