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Já quase tudo foi dito sobre o jantar de encerramento da Web Summit no Panteão Nacional, mas mesmo assim o tema é tão bom que não consigo ficar calado. Só de saber que posso tirar uma selfie a beber um shot de vodka ao lado de uma urna, a minha vida ganhou outro sentido, que preciso desabafar. Depois, se pensarem bem, este evento da Web Summit tem a ver com empreendedores e se eles pegam nesta ideia, daqui a 70 anos, os vossos filhos vão comprar um frango assado e descobrem que o Cristiano Ronaldo foi enterrado numa churrasqueira.

 

Mas quem sabe confundiram as 12 "Estrelas" que estão no Panteão, (Almeida Garrett, Amália Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Eusébio da Silva Ferreira, Guerra Junqueiro, Humberto Delgado, Manuel de Arriaga, Óscar Carmona, Sidónio Pais, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teófilo Braga) com 12 Estrelas Michelin? Pode ter sido, sim.

 

A conversa está boa, mas tenho de ser rápido pois fui convidado para ir a um brunch no crematório de Sernache agora às onze horas. Espero que compreendam, pois a aberta na grelha é só até ao meio-dia. A especialidade são corações, segundo me disseram.

 

Dito isto, o Estado/governo, na pessoa do Primeiro-Ministro António Costa, já se veio indignar, com o Estado/governo, liderado pelo senhor primeiro-ministro António Costa, por ter dado autorização para o referido jantar. Por outro lado, Barreto Xavier, do anterior governo , e responsável pelo Panteão Nacional integrar o ramo da restauração e estar no Zomato, indignou-se por se fazerem jantares no Panteão. Com isto, confirma-se que se continua a fazer boa política em Portugal.

 

A propósito do Zomato, as críticas dos clientes não são muito boas. Aconselham peixe, dizem que vem pouca carne, muita ossada, e por norma chega fria. O bacalhau-com-todos (convém saber o que são todos) também não tem boa classificação, ao invés do Pão de Deus, que é especialidade da casa. É também referido o ambiente com pouca vida. Talvez aconteça pela banda residente ser os Mão Morta, que cantam "Morte ao Sol" dos GNR . Na secção sugestões, há bastantes pedidos para a criação do serviço "Panteão Drive".

 

Por outro lado também não deixa de ser interessante que o Panteão Nacional de dia seja um cemitério gourmet, e à noite vire cabaret. Se formos lá de dia, os funcionários pedem silêncio e recato, mas no caso de irmos a uma jantarada, podem gritar, dançar, e ver gajas semi-nuas. Talvez seja devido aos inquilinos terem o sono pesado.

 

A talhe de foice, e eu estou cá para pensar nestas coisas, se compararem os preços das casas em Lisboa com o do aluguer do Panteão, conclui-se que é mais barato alugar uma urna para dormir na capital, que um T0 sem casa-de-banho na Penha-de-França. Ainda há a vantagem da vizinhança não criar problemas nas reuniões de condomínio.

 

Já que é para rentabilizar o Panteão, sugeria "caças ao tesouro". Quem trouxesse a pála do Camões, ou o Xaile da Amália não pagava a conta. Ou jantares temáticos, de futebol, literatura, fado, era só escolher. Ou um programa de TV: "Querido Mudei o Panteão". Mudavam para caixões em Carvalho Francês, porque o mármore é muito frio no Inverno e dá cabo das articulações. Pensei também no "Pesadelo na Cozinha", mas era capaz de ser má ideia. Imaginem o Ljubomir quando visse o estado da carne?

 

Já agora, para os que pensam que podem ir jantar ao Panteão quando lhes apetecer, desenganem-se, não é para todas as bolsas. Para a classe média sugiro, para jantar, a morgue do Santa-Maria; está com preços acessíveis, mas em regime buffet. Para os desempregados, e com rendimentos mais parcos, há vários cemitérios, a oferecer, por vinte euros, duas campas relvadas para piqueniques, com serviço de bar incluído. Ninguém fica de fora.

 

Estranho é não ver até ao momento nenhuma manifestação da igreja, ou provavelmente já se adaptou e estou aqui a criticar. O famoso "descanse em paz", já terá sido substituído pelo, "descanse em paz, menos quando há jantares marcados".

 

Sendo sincero e pondo-me no lugar dos familiares que têm alguém no Panteão, admito que não me entusiasmava ver alguém próximo, depois de morto, servir de caixa registadora . Depois, a memória deve ser respeitada, e banalizá-la é o pior que o ser humano deve começar a fazer. Mas isto digo eu que sou conservador.

 

Para terminar, a sorte no meio disto tudo foi os sepultados no Panteão não terem morrido devido à legionella senão entrava lá a polícia para ir buscar os corpos e estragava o jantar. E isso sim, seria uma maçada.

 

PS - : Primeiro. Quem é que se lembra de alugar um cemitério seja para o que for? Segundo. Quem é que se lembra de ir jantar a um cemitério? Terceiro. Quem é que gosta de ir jantar a um cemitério? Quarto. Quem é que acha uma boa ideia rentabilizar um cemitério?

publicado às 02:18


Depois da noite eleitoral resolvi vir partilhar a minha opinião convosco. E vocês dizem, e bem, não queremos saber, coisa que concordo, mas mesmo assim deixo.

A minha primeira observação é que, em Portugal, mais vale parecer que ser. Isto porque, vi a Assunção Cristas e o CDS em êxtase com o resultado eleitoral. É certo que a Assunção tem coisas estranhas, tais como: nunca anda de transportes públicos, pois não precisa, e quando anda, sem precisar, só vai em hora de ponta; depois, só põe gasolina no carro quando os preços sobem e ainda chama a televisão orgulhosa do feito.

Como sou desconfiado fui tentar perceber porquê desta alegria, e conclui que vinha dos portentosos 6% de votação do CDS no total nacional, e de 6 câmaras ganhas, à hora que escrevi isto, num partido que já teve 30 câmaras e votações de 15%. Agora percebi a razão da Assunção ter aparecido de capacete: tinha batido com a cabeça.



No entanto lá me alertaram: "oh burro, a Assunção Cristas teve 20% em Lisboa. É a segunda força política na capital". Vamos lá conversar: a Assunção não fez mossa ao Medina, e a candidata do PSD era a Teresa Leal Coelho; a Teresa Leal Coelho, repito, a Teresa leal Coelho. Vamos lá ver, a Teresa Coelho foi escolhida pelo método de moeda ao ar entre ela e uma garrafa de Joy de Laranja. E ganhou porque a garrafa se recusou a concorrer contra ela: alegou defesa da honra e desistiu. Depois a Cristas tem outra vantagem: não usa cachecol em Agosto. Ainda assim deve ter em atenção que se o PSD encontrar um líder decente, depois das legislativas está a mandar currículos para o Portas.

Felizmente, isto para a Teresa Leal Coelho já acabou. Agora só trabalha em Janeiro se o tempo estiver bom. Despachou-se rápido da noite das eleições, foi para casa, adormeceu, acordou, e perguntou que eleições eram aquelas que estavam a dar na televisão. Gesto bonito foi ter levado o saquinho com os votos que teve para o papelão para serem reciclados.

Por seu lado Fernando Medina ganhou as eleições a Cristas e a Leal Coelho. Cá está. É o mesmo. Fernando Medina tem de tentar um dia ganhar umas eleições contra candidatos. É que António Costa deixou a Câmara a Medina e agora isto. Suspeito que se os astros não se alinhassem, o Medina estava hoje a dar milhos aos pombos no Terreiro do Paço. O senhor tem o carisma de uma papaia madura. É das poucas pessoas em que o poder não é afrodisíaco. Para quem viu a sua comemoração de vitória, pensou que teria a meia enrolada no sapato e estava à rasca do pé. É duro mas à hora que Medina comemorava, a Leal coelho já estava com pepino nos olhos e a Cristas a deitar os putos. Agora admito que o Medina ao pé da Leal e da Cristas parece o Prémio Nobel do dominó.

Em resumo, a Cristas parece que ganhou e o Medina parece que teve uma grande vitória. A Leal parece que perdeu, mas pela figura a que se prestou, ganhou eterno reconhecimento do partido...assim, também ganhou. Tudo juntinho a corrida a Lisboa foi toda ela muito poucochinha. Voltando ao princípio: tudo o que parece…não é.

Com o resultado desastroso do PSD, Passos Coelho levou umas facadas do Marques Mendes, da Manela, e do Paulo Rangel, e disse que ia "refletir". Segundo sei a reflexão tinha sido no sábado, mas já sabemos que o Passos anda sempre ao lado. O Passos disse que vinha aí o diabo…e não é que acertou…?

Isaltino arrasou: ouvia-se na SIC NOTÍCIAS que "Isaltino foi um autarca modelo no PSD". Todo ele é um modelo, e disse: "tenho de ir que me querem dar beijos e abraços". Compreendo que na Carregueira ao nível do afeto aquilo devia ser complicado. Com esta vitória, eu, se fosse o Isaltino, arranjava um primo na Suiça, outro no Panamá, e outro nas Cayman. Fica a sugestão. Segundo apurei os negócios da Câmara de Oeiras a partir de hoje far-se-ão em telemóveis e cigarros, as moedas usadas na Carregueira e que não permitem trafulhices. Outro facto a registar é que, vistas as coisas, daqui a quatro anos podemos ter o prazer de ver José Sócrates como presidente da República. Adoro Portugal!

Uma novidade no PCP foi o Jerónimo ter assumido a derrota, apesar de ter culpado os eleitores pelo erro de não terem votado no partido. Eu também já fiz isto: não arranjava namorada e dizia que elas é que andavam ceguinhas. Por outro lado, vimos a renovação no PCP. Jerónimo de Sousa estava ladeado por dois senhores enquanto falava, sendo que um deles ainda não tinha 70 anos, o que demonstra que o partido está a olhar para os jovens, o futuro do partido.



Por fim, admito que gosto do Jerónimo. Tem aquela pinta do avô que corta o pão com uma navalha sentado num banco à porta de casa.

E pronto. É a minha análise. E o melhor é voltar pa dentro.

publicado às 04:43

 

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Este é um post dedicado aos homens que seguem a página (e às mulheres também). É um tema pouco tratado mas fulcral em muitas relações amorosas: falo obviamente da remoção de "pontos negros", "espinhas", ou "bicos". Dirijo-me àqueles mártires que sofrem horrores às mãos das suas caras-metades; mãos que deixam de ser delicadas e se transformam em garras, que vos escarafuncham a pele, até furar a carne para sacar aquela gordura viscosa. Dirijo-me àqueles mártires que parecendo que foram baleados, pedem clemência, e ainda são apelidados de "mariquinhas".

 

O processo tem várias etapas para a obtenção do objetivo:

 

A) Fase Sherlock Holmes. É o momento em que elas olham para nós com ar alucinado: "tens aí um bico a olhar para mim".

Primeira reflexão: o ponto negro não olha para ninguém e 95% das vezes não há ponto negro nenhum.

 

B) Fase Analista. Feita em registo fofinho para amansar a presa que está renitente: "deixa só ver, não te vou fazer nada, não sejas assim". "Não fujas"!

Como é óbvio a partir daqui não há volta atrás. Estão "cegas"!

 

C) Fase Canto da Sereia. A presa (nós) está praticamente dominada, só falta transmitir confiança que os seus dedos são bisturis e estão preparados para aquele ato médico. "Não uso as unhas, e se te doer paro logo, prometo. Não confias em mim"?

Claro que não confiamos e a promessa vale menos que o Banco Popular que foi vendido por 1€. Elas nunca param se doer. Até apertam mais pois já sabem que vamos fugir e dão tudo para nos rebentarem. Depois, usam sempre as unhas.

 

D) Fase Passos Coelho: "Tiro isso num instante, nem vais sentir". "Basta apertar um bocadinho. Já está cá fora e tudo".

Não está nada. Nós sabemos que não está e elas também.

 

E) Fase Chantagista. Como resistimos somos manipulados: "queres andar assim anda que estás bonito. Eu tinha vergonha".

Neste momento começa a coação psicológica. Ninguém nota um ponto negro e se nota ninguém nos vai achar bonitos ou feios por algo que mal se vê. Falam como se tivéssemos quatro orelhas e duas cabeças.

 

F) Fase Prova de Amor: "Se gostasses de mim deixavas". "Deixa estar. Não queres não queres". "Agora não venhas para o pé de mim com isso assim".

Nós já deixamos de ser uma pessoa, já só somos um ponto negro.

 

G) Fase é a Vida. Obviamente acabamos por ceder e tudo corre como prevíramos, só elas acham que não: "não está nada a doer, estou a tirar com cuidado"; "está mesmo a sair, não te mexas".

A doer? Naaa. Lá agora. Pimenta no rabo do outro é refresco. Estamos com elas em cima de nós a arfar e a abrir as narinas, como se estivessem a esventrar um porco. "Para quieto, assim é que te aleijo mesmo". Claro, é natural e óbvio que no fim de tudo a culpa só podia ser nossa. Adiante.

 

H) Fase Manipuladora. Nesta altura, de rastos, e dilacerados pela tortura, ouvimos afavelmente:  "anda cá, achas que te quero aleijar"?; "o pior já passou, afinal estava mais interior do que parecia".

Pois é. Calha sempre assim. E se não querem aleijar, disfarçam mal, pensamos nós. Mas desenganem-se, isto dá-lhes prazer. Por vezes fazem ar sério para parecer que estão a sentir a nossa dor e de repente disparam a rir. Elas sabem bem.

 

I) Fase Achincalho: esta é a parte onde vale tudo até arruinar o ego do homem por causa de um ponto negro. "Não sejas mariquinhas"; "até parece que te estou a magoar"; "és um homem"; "imagina se desses à luz".

Estas são as expressões que nos dirigem quando têm noção que nos estão a magoar mas não querem admitir. Enfim...

 

J) Fase Militar: começamos a espernear, já com um berlinde no lugar do ponto negro, e elas a morder o lábio, não facilitam: "já saiu um bocadinho, espera"!; "agora tiro tudo. Se aguentaste até aqui"!

Lembram-se que "não doía"? Já vamos no, "aguentaste até aqui".

 

L) Fase Mulher Cândida: parecemos um cristo, já temos três orelhas, e é quando veem a asneira que estiveram a fazer: "deixa estar, com tanta queixa não vale a pena"; "não quero que digas que te magoei".

Depois destas frases, por norma, andamos um par de dias marcados, com dores, e em vez do tal ponto negro que ninguém via, temos uma bola de pão interna.

 

M) Fase Parecia Mesmo: crivados de unhadas sem dó nem piedade, escutamos: "Afinal não era um ponto negro, era uma borbulha, mas parecia mesmo".

Jura! Naaaa!

 

N) Fase Contrição: "não ficou marca nenhuma, não estejas a mexer".

Os sortudos nesta fase recebem um beijinho em jeito de pedido de desculpas, acompanhado por uma festinha rápida para espalhar o sangue e disfarçar o lindo trabalho.

 

O) Fase Altruísta: "tens aí outro ponto negro, mas fica para a próxima... Não quero que digas que te quero massacrar".

Bonito! Acho que provavelmente querem que agradeçamos. Fico sempre com essa ideia.

 

EM CASO DE RARO SUCESSO NA REMOÇÃO DO PONTO NEGRO:

 

A) Fase Triunfante: "não está melhor assim"?; "custou alguma coisa"?

Neste caso ficam com um papo que ninguém as aguenta. Parece que descobriram a pólvora. O pior é que com isto pensam que garantiram créditos para repetirem a graça.

E quando nos querem mostrar o produto da tarefa cheias de orgulho? Aquele paté que nos sacaram do corpo. É realmente estranho. Tudo é estranho, diga-se.

 

A sério, para as fãs dos pontos negros, não o façam. É desagradável! Sim eu sei, há homens que gostam que lhes tirem. "Porquê"; "Porquê"?!

publicado às 03:22

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José Sócrates, Ricardo Salgado, Paulo Portas, Armando Vara, Duarte Lima, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, António Mexia, João Rendeiro, Manso Neto, etc, etc.

 

Estes e muitos outros Cavalheiros de proa estão ou estiveram envolvidos em esquemas que lesaram o país em muitos mil milhões, mas a única pessoa que está presa, como é óbvio, não é nenhum deles, mas sim, o senhor da foto, Manuel Godinho (o do bigodinho), que tinha um negócio de sucata. Vê-se logo pela imponência do sucateiro, que são pessoas como ele, que aparentam, à distância, genialidade criminosa, que andam a enganar e a levar os nossos inocentes e crédulos gestores de topo, e políticos, a cometer ilegalidades sem darem por isso.

 

Isto tudo por causa de António Mexia, presidente da EDP, ter sido constituído arguido. Tenho a suspeita que o homem é inocente e ainda vão descobrir uma sucata nas traseiras do seu escritório.

 

A surpresa com que recebo notícias que os nossos gestores de topo, e políticos, andam a lamber o pote à conta do povo, é tanta como descobrir que o Mexia também foi condecorado pelo Aníbal Cavaco.

 

Mas este Mexia tem uma particularidade interessante em relação aos outros: ainda goza. Depois de se saber que a electricidade em Portugal era das mais caras da Europa, veio dizer que era das "mais baratas", e que o problema estava nas casas "mal construídas" - eu ainda pensei em trocar de casa para pagar uma fatura mais em conta-. Sabendo-se agora que o Mexia mexe onde não deve, conclui-se que também ele foi mal construído, ao nível do carácter, e na mesma linha de pensamento, o alegado calote do Mexia dá o prejuízo de uma barraca cabriolet iluminada por uma central elétrica. O Mexia é o gajo que, para poupar, só desliga a luz da casa de banho quando está lá dentro.

 

Já o Manso Neto (senhor da foto do cabelo? grande), nascido de uma experiência falhada entre um pónei albino e um canteiro de salsa, é presidente da EDP Renováveis, e também foi constituído arguido, por, alegadamente, não ser Manso a enfiar a voluptuosa crina no tal pote. Sempre pensei que o Manso fosse detido por andar na rua a assustar crianças.

 

Vou para dentro, que isto cá fora está feio. E não é só o Manso.

publicado às 01:14

A grande Maria Vieira

por Gajo, em 02.06.17

A Maria Vieira segue uma linha de raciocínio complicada que é a generalização. Para ela todos os muçulmanos são terroristas. É o mesmo que eu dizer que todas as mulheres pequeninas e que os maridos lhes escrevem os textos, porque não sabem escrever (foi o Herman José que disse), são burras. E não são. Pode é haver uma ou outra que é.

 

A meu ver a solução de limparmos os muçulmanos todos parece-me curta. Pois a ETA, o IRA, etc, mataram milhares e eram europeus. Quem nos diz que não irão aparecer outros movimentos destes? Ainda no outro dia puseram uma bomba numa carta de um ex primeiro ministro grego, e não foram muçulmanos. Ou tal como o Anders Breivik, cidadão louro e de olhos azuis, residente na Noruega, um claro muçulmano, que matou 77 jovens por causa de "ideais".

Dito isto sugiro o extermínio da totalidade da raça humana, poupando-se a Maria Vieira e o marido, para assim ficarem segurança. Ainda aparecia algum maluco que não gosta de mulheres pequeninas e era uma chatice.

 

A verdade é que as últimas décadas foram o período onde se morreu "menos" em solo europeu por causa do terrorismo. Isto são factos à disposição de todos. Não é nenhum consolo, mas deve fazer-nos pensar. O terrorismo não é uma moda recente. A diferença é que era com os outros e hoje já nos pode tocar a nós.

É certo que temos medo, e o medo tolda-nos as ideias. É o instinto de defesa. O problema de quem não tem nada é que nada tem a perder e isso é o mais perigoso. Principalmente quando liderados por pessoas que não se regem por nada além da maldade. Não tentem encontrar lógica no terrorismo porque não tem. E é isso que nos desassossega e os torna perigosos e imprevisíveis. É a religião, a vida do ocidente, a música, etc. Tudo é razão, tudo é válido. Depois não têm "quartel", e nas guerras o inimigo costumava ter. Atacamos onde e o quê?!

 

Por vezes faço este raciocínio: num barco vêm 999 pessoas de bem a fugir da morte e a milésima é um terrorista. Deixamos morrer as mil para termos paz? São crianças, mulheres, homens, pessoas como nós. Nem todos são animais. O melhor exercício é passarmos para o lugar deles. Se víssemos os nossos filhos em perigo e as nossas filhas a serem violadas, sem nada podermos fazer, será que gostaríamos, que quem pode, os ignorasse ou os deixasse morrer no mar, quando fugiam à sorte deles, porque ao domingo queriam ir à bola descansados? Estas pessoas não são mais que o produto deste mundo, que é da Maria Vieira também, e daqueles que ela defende, e deixá-las como alimento aos peixes não sei se é justo. Mas cada um dirá de sua justiça.

 

É um facto que é preciso resolver isto, ou tentar, e não é com bombas enviadas do céu que vamos lá. Só matam mais inocentes e são combustível para o ódio. São precisas tropas no terreno, mas isso causa baixas, e faz perder votos na próxima eleição. Logo, a situação também não se resolve porque há milhares de interesses envolvidos e nunca esqueçam que o ocidente têm muita culpa do que se passa, daí que o fenómeno do terrorismo há muito que exista por parte do medio-oriente contra o ocidente. Alguns pensam que é de "agora", mas já vem dos anos 60/70, tal como o conhecemos.

 

É importante ter presente, entre muitas outras brincadeiras, que a Coligação, que Portugal fez parte, invadiu o Iraque e matou milhares de inocentes por causa das armas químicas, que não existiam e afinal se chamavam petróleo. Vão por mim: estas iniciativas não fazem amigos. Se eu for à vossa casa, partir aquilo tudo, e limpar parte da vossa família, para vos ficar com o dinheiro que têm debaixo do colchão, garanto que não faço de vocês amigos para a vida.

 

Já agora, não esquecer que estes mesmos terroristas foram armados pelo ocidente para em determinada altura defenderem interesses comuns. Até o Trump que é um ídolo para a Maria Vieira, tem negócios particulares com a Arábia Saudita, país que financiou e de onde saíram os rapazes que atacaram as torres gémeas.

 

Isto é um tema demasiado coiso para ser falado com ligeireza. Falamos da vida humana e por alguma razão se diz que "mais vale libertar mil criminosos que condenar um inocente"...

 

E a Maria Vieira que se desengane se pensa que é com uma cancela na fronteira que a coisa se resolve. Não sei a solução para isto, sei que está complicado, mas continuo a dizer que nem todas as mulheres pequeninas e que os maridos lhes escrevem os textos são burras, sendo que as que não são, não devem usar as orelhas de burro por causa das que são.

 

Por fim sublinhar que a Maria Vieira tem todo o direito à sua opinião, e quem não concorda, todo o direito de discordar.

Isto ficou demasiado sério não ficou?

 

publicado às 10:30

Trump, o apanhado do clima

por Gajo, em 02.06.17

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Lá teremos de falar sobre o Trump. Vocês vão dizer: "epá, isso é coiso, o gajo é assim e cenas", e eu respondo "verdade, mas assim vá, tem de ser, porque a batata tem casca". Não, ainda não estou maluco, mas esta introdução serve para começarmos a raciocinar com a lógica do Donald Trump. Senão vejamos: disse o Senhor Presidente, aos cidadãos americanos, que os Estados  Unidos da América (com a saída do acordo climático) vão poluir mais o ambiente, mas "vão ter o ar mais limpo". Espetacular. Portugal ainda entendo que o Cavaco tenha ganho eleições, agora os EUA elegerem um presidente com a desenvoltura intelectual de cabide de estanho, nunca imaginei. Trump chegou a dizer que a "laca que usava", no pano ratado a que chama cabelo, "não afetava  o ozono porque a usava dentro de casa e o apartamento onde vive é selado". A pena é não usar a laca com o bico do fogão ligado. Aliás, e já que o apartamento é selado, quando se fosse deitar, ligava o carro dentro do quarto, e provava assim, que os gases do seu carro até eram benéficos para o mundo. E eu que cheguei a dizer que o G.W. Bush era burro… E é, mas este magano, estica-se.

 

Com a decisão de rasgar o acordo climático, Trump, arranjou mais dois amigos, e entrou para o restrito lote de países onde os presidentes estimulam os fumadores a cheirarem escapes de carros, para combater o tabagismo e limpar o pulmão do tabaco. Falo do presidente da Síria e da Nicarágua (que saiu do acordo por razões diferentes), líderes de fino recorte, que, tal como Trump, acham que isto do aquecimento global é uma treta, pois a noites continuam frescas, e sem um lençolinho não pregam olho.

Espero que não digam a esta malta que a terra é redonda para não complicar. Ainda pedem para os cientistas provarem isso numa caminhada a pé, e  lhes digam como é que uma coisa é redonda quando é sempre a direito. Brincam mas esta rapaziada não se deixa levar assim à primeira. Não é aparecer um gajo do nada a dizer que são precisas árvores para haver oxigénio que eles acreditam. Até acho que eles duvidam que sem oxigénio não lhes nasce duas guelras nos cotovelos.

 

Trump, para mim, é maior prova viva que o clima está todo marado, sendo que o sol o afeta particularmente. Não sei se repararam ontem, mas além de ser um homem laranja é a única pessoa no planeta que tem olheiras brancas. Ah, vocês são terríveis. Também pode ser isso sim. É verdade que ele gosta de levar com aquele xixizinho morninho enquanto faz sexo. Aquela "chuveiradazinha marota" sem precisar de ir à casa de banho. Aquilo com uma colherinha de açúcar até funciona como chazinho com paladar a frutos do bosque. E sim, as olheiras brancas podem ser as marcas dos óculos protetores que evitam os jatos indesejados nas meninas-da-vista. E como a zona das olheiras não apanha o calorzinho fica clarinha e não "bronzeia". Bem-visto.

 

Mas o Trump não é apanhado do clima só por isto. Também gosta "de agarrar as mulheres pela vagina". Já estou a ver a Melânia com uma barba na xarica à Fidel castro a servir de Yo-Yo.

 

Deixaram um maluco comandar o país mais poderoso do mundo, ou dos mais, agora resta aguentar. Se ele não quer saber que mundo vai deixar aos filhos e aos netos, acham que está preocupado connosco ou com alguém, além dele?

 

O mundo está um lugar ótimo para viver, não acham?

publicado às 03:19

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Hoje era para não escrever, mas a Fátima Campos Ferreira obrigou-me a isso e já o merecia há muito tempo. Já sei o que estão a pensar: que vou falar das roupas que costuma usar para apresentar o Prós e Contras e de ontem ter ido vestida de zorro. Óbvio que não vou falar disso. Cada um usa o que quer, mas ainda hoje estou a matutar se terá deixado o cavalo preso no camarim. Passando à frente.

 

Ontem mais uma vez a apresentadora mostrou que ia tão preparada para o programa como eu vou para um debate de discussão das virtudes de Passos Coelho. Sem ponta de profissionalismo e respeito pelo convidado, Fátima Campos Ferreira, afirmou do alto da sua sapiência que Miguel Araújo cantava em inglês, para passar na rádio, ao que o cantor respondeu que não cantava em inglês mas sim em português. Ela não ficou totalmente convencida, e ainda insistiu - isto é verídico -, pois certamente a própria pessoa não lhe pareceu fonte mais fidedigna que a senhora do bar, local onde vai beber a informação antes de entrar para os programas, trocando inclusivamente ideias com a máquina do café nos temas mais sensíveis. Acredito até que saiu do programa a pensar que o Carlos do Carmo era o Justin Bieber com o cabelo pintado.

 

Por outro lado trata os convidados com condescendência e maternalismo, como se estivesse a educar as crianças, desvalorizando e ironizando aqueles que não gosta, além de que quando não lhe interessa, ou por falta de educação, corta a palavra à má-fila aos oradores, como fez indelicadamente com Carlos do Carmo. Age como o polícia no meio de ladrões. Põe-se em biquinhos de pés. Quando são convidados que "aprecia", é vê-la a desfilar e a sorrir, já que rezar à Nossa Senhora não chega para ter um programa onde se vai dizendo coisas sem nexo no meio dos convidados, mas, segundo sei, Fátima Campos Ferreira, foi preterida e já será um cantil a apresentar o próximo programa.

 

Aliás a arrogância e bazófia são pratos da casa. Quando esteve cá o Papa não lhe cabia uma cesta de melões no rabo, tantas vezes disse que veio e ia voltar no avião do Xico, e quantas informações este lhe tinha dado, mas que não as podia divulgar por exigências papais. Logo, pensei, com tanta intimidade, que o Papa lhe teria contado o vigêsimo segredo de Fátima, ou que ela seria o quarto pastorinho, mas que não tinha visto nada porque na altura da aparição tinha ido à casinha.

 

A certeza de que o Papa não falou nada com a Fátima Campos é que não a atirou borda fora do avião a meio caminho. Com o conhecimento profundo que se nota ter sobre as temáticas, se o Papa lhe falasse que Jesus morreu para nos livrar do sofrimento, ela diria que o Papa estava enganado, e "que Jesus estava vivo e era treinador do Sporting".

 

E pronto, era só isto.

 

publicado às 02:41

Ontem estive a ver o Pesadelo na Cozinha, programada TVI, e fiquei traumatizado. Agora quando for comer fora, nem que seja à casa de alguém, levo um pão e peço um copo de água. Nem isso, levo o copo também. Isto porque se comer um bife com cogumelos, prefiro que os "cogumelos" não tenham crescido no próprio bife. Quem vier à minha casa nisto pode estar descasado: aos convidados só sirvo massa com atum. A massa é difícil estragar-se e o atum, primeiro passa a lata de prazo do que o próprio atum.

 

Muitos dizem que a produção do programa "obriga" àquela javardice. Epá não acredito! Nem eu, no tempo que fui estudante deslocado, quando a minha mãe me visitava deixava que me visse o "pesadelo no frigorífico"; os boxers em cima da mesa da sala; ou as meias no microondas. Sim eu já sequei roupa no microondas. Certo dia de uma t-shirt, tamanho L, fiz uma camisolinha para um bebé prematuro. Antes da minha mãe chegar, na noite anterior fazia a faxina, a casa ficava um brinco. Perguntava-me sempre a razão do frigorífico estar tão vazio, ao que respondia que o tinha descongelado. E nunca me aproximei de um "pesadelo na cozinha". É verdade que cheguei, só uma vez, a ter bolinhas verdes na sopa...e não eram ervilhas.

 

Mas imaginem ter convidados, e a televisão em vossa casa, e os receberem a cortar as unhas dos pés com a tesoura do peixe; deixarem a sanita com vestígios da açorda que comeram na noite anterior; ou servirem a comida em louça tão mal levada que os bagos de arroz colados e rijos já parecem decoração dos pratos. Eu sei que fui um bocado badalhoco nestes exemplos, mas é para perceberem o meu ponto. Temos o nosso brio. Aquilo é mesmo dos donos dos restaurantes. Custa-me acreditar que alguém aceite passar por javardolas na televisão se não o for e não tiver orgulho nisso. Eles riem-se: "olhe, tem um anão morto em decomposição na arca", diz o chef. "Eu sei, só vendemos uma coxa do anão, não o íamos jogar fora. Sai pouco sabe, mas ainda dá para hambúrgueres", responde o dono. Este é o espírito. Descontraído.

 

Depois, no programa de ontem, surgiu a directora de marketing do espaço, muito lavada, que disse que a equipa do restaurante era uma bosta; o restaurante estava uma bosta; e que quem é que queria ir trabalhar para Santarém, cidade que para a senhora, era outra bosta. Para quem gere a imagem do restaurante não se pode dizer que não fez um bom trabalho. E segundo sei recebe ordenado ao fim do mês para falar mal da empresa que lhe paga e nada fazer para mudar o que está mal. No fundo está ao nível da cozinha: uma directora de bosta.

 

Uma coisa que percebi pelo que fui ler é que nestes restaurantes não há quem saiba cozinhar, servir à mesa, e gerir os restaurantes. Contratam pessoas para trabalhar num restaurante como se estivessem a abrir um canil. "Gosta de animais? Sim? Óptimo, amanhã começa a servir à mesa". Basicamente é como ir a um cabeleireiro e o tipo que está lá só saber que é com tesouras que se corta o cabelo, ou ir a um concerto e a Maria Leal aparecer para cantar. Não pode correr bem.

 

Antes disto, sabe-se que os restaurantes pediram ajuda, porque "não tem clientes". Na! A sério? Jura! É que não se entende porquê...

publicado às 03:53

oliveira.jpg 

 

Ontem fomos mais uma vez ao circo com os "famosos", mascarados de palhaços como habitualmente. Falo obviamente do espetáculo de variedades com que nos brindaram para "encerrar" o caso BPN.

 

Mas antes de irmos ao cerne da questão quero sublinhar o azar que tivemos que o Doutor Oliveira e Costa não tivesse adoecido enquanto estava na liderança do BPN. Senão vejamos: "em 400 sessões do julgamento do caso BPN, Oliveira e Costa só esteve presente numa ocasião". "Na primeira". Tudo devido a doença. Agora imaginem que tínhamos a felicidade dele ter faltado 400 vezes ao trabalho quando geria o BPN? Se calhar a golpada tinha ficado pela metade. Mas infelizmente aí estava fresquinho que nem uma alface e na posse de todas as suas faculdades de larápio. Tenho um dedo que desconfia que com a sentença de ontem,  a sua condição de saúde irá melhorar a olhos vistos, pois já não será preciso comparecer em tribunal nos próximos tempos. Quando for adoece de novo.

 

Passando à "vaca fria", e ouvida a sentença, vi muita gente contente com as penas aplicadas aos arguidos, mas ainda não percebi porquê. Armando Vara há quase três anos também foi condenado a cinco anos de pena efetiva, e o mais certo é que estará tão preocupado com isso que já mudou a água da piscina, com o dinheiro com que se abotoou, para relaxar do stress acumulado.

 

A mesma preocupação terá Oliveira e Costa, com os 14 anos de prisão que levou. Atualmente com 80 anos, quando o forem buscar a casa para cumprir pena, a família entregará à polícia o pote com as cinzas do senhor e pede para as porem numa zona soalheira e arejada. A única solução é que Oliveira e Costa viva até aos 230 anos para esgotar  todos os recursos que o impeçam ir de "gaveta". Talvez assim cumpra alguma coisa. Ah, esqueçam. Antes prescreve. E nem sequer é preciso isso, diga-se. Com a idade que tem, e como não cometeu nenhum crime violento, pela lei, pode cumprir a pena em casa. Como sou má-língua acho que só não há mais culpados proeminentes devido a muitos ainda não terem completado 80 anos.

 

Cavaco Silva depois de romper a forte amizade com Dias Loureiro, deve estar também muito desiludido com Oliveira e Costa, outro amigo de longa data. Juntando-se Duarte Lima e mais um par deles, o ex presidente da república não teve muita sorte com as amizades. Salvou-se ele, pois, "mais sério que ele tinham de nascer duas vezes". Infelizmente só arranjou amigos que nasceram de parto prematuro.

 

A verdade é que a sentença para Oliveira e Costa é um descanso: já sabe o tempo que não vai cumprir, já ninguém o maça com isto, e pode ir gozar o que gamou em paz. Sim, agora já se pode tirar o "alegadamente" ao gamou. Por exemplo, se encontrarem o Doutor Oliveira e Costa na rua podem dizer: "olá Doutor Gatuno, tem gamado bem"?, sem problemas de processos.

 

Mas é um facto que as coisas mudaram: antigamente era tudo ilibado, ou os processos prescreviam, agora atribuem-se penas de prisão efetivas, mas ninguém vai "dentro". O menu é o mesmo, só mudou o cheiro. Já lá vai o tempo em que davam as "palmadas", ficavam com o dinheiro, mas não queriam ser conhecidos na sociedade como ladrões. Como o povo começou a "levantar cabelo", passaram a dar as mesmas palmadas, continuaram a ficar com o dinheiro, mas hoje estão-se a borrifar se são conhecidos na sociedade como ladrões. Simples. É preciso é dar palha ao povo para o manter calado e dar o ar que há justiça. "Eles até levaram penas longas de prisão" - foi o que já se começou a ouvir pelos comentadores. E assim ficamos com a sensação que as coisas mudaram, mas no fim de contas… é só mesmo a sensação, porque… "Se os arguidos não concordarem com as penas podem recorrer". Daqui para a frente é interpor recursos e recursinhos até prescrever ou algo similar e está feitinho. Preso é que ninguém vai. Desenganem-se. Nada mudou.

 

No entanto estamos no bom caminho: mais 10 ou 15 bancos falidos e talvez um contabilista possa ser realmente preso.

 

Lembram-se do sketch do Gato Fedorento sobre o aborto com o "Professor Marcelo"? Vejam a versão BPN e digam que não faz sentido.

 

—  Pode ser preso?

—  Pode!

—  Vai ser preso?

—  Não!

— Mas não levou prisão efetiva?

—  Levou!

— E isso não significa prisão?

— Significa!

— Então vai ser preso?

— Não!

— Mas pode?

— Pode!

 

É mais ou menos isto.

 

Termino com um exemplo da brincadeira que tem sido este caso, e vai continuar a ser: "É um homem honesto e integro e não tem um cêntimo do dinheiro do BPN". Estas palavras são do advogado de Oliveira e Costa. Isto é tudo verdade. Os advogados não mentem, mas só faltou explicar a razão do seu cliente se ter divorciado e passado tudo para o nome da mulher quando rebentou o escândalo do BPN.

 

Vai mais um fardo de palha?

publicado às 01:57

Encontro escaldante

por Gajo, em 24.05.17

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Encontrei-a de novo e continua o mesmo.

 

Todos nos cruzamos com pessoas mais "experientes", que por respeito, acabamos por condescender quando se sentem com propriedade para ver a folga do elástico. Tenho um caso destes, uma senhora na casa dos sessenta e tal anos que está por norma muito bem-disposta e gosta de "brincar", alcançando por momentos o patamar da "senhora gaiteira". É a que diz cheia de confiança: "Ahhhhh se fosse mais nova". "Se fosse mais nova o quê"? Nunca lhe perguntei isto, admito, mas, se fosse mais nova eu também era, dava no mesmo; e se fosse mais nova, e eu da mesma idade, era preciso eu querer alguma coisa! Ela não percebe que o que sugere colide com o que eu vejo, e se fosse mais nova punha-lhe uma ordem de restrição.

 

É daquelas senhoras que fala para a plateia. "Precisava era de um destes (apontando para mim); o que tenho lá em casa já não dá para o gasto". Sentindo-se forte solta gargalhadas e exibe, sem complexos, a falta de duas cavilhas na lateral esquerda e meio dente ratado à frente. Isto é a visão do inferno, mas confiança não lhe falta. Pior, pelo estado da cara de certeza que se maquilha num balde e serve-se de uma trincha para pintar os olhos. Ah, e usa um perfume daquele que faz arder as meninas-da-vista. Aquilo é veneno, e com o calor pode virar ácido.

 

Não é alguém que veja todos os dias, nem a via há algum tempo, mas mal me viu deu-me dois beijos repenicados, acompanhados pelo respetivo aperto de cara, para de seguida, a sacramental pergunta: "já arranjaste alguma coisinha"? "Coisinha"? Há sempre a ideia que um desempregado não pode arranjar ou desejar uma "coisa". Depois de aberto o diálogo, nos cinco minutos que estive com ela, disse-me para ter cuidado com a "barriguinha", passando-me a mão ao de leve; que já tinha o cabelo grande a precisar de um "jeitinho"; e para aparar a barba. O conselho da barba deixou-me pensativo, dado que ela tinha um buço robusto e parecia viver bem com isso.

 

Podem estar a pensar que a senhora estaria ali para as curvas, ou seria um exemplar bem conservado para vir com esta embalagem. Nada disso! Tem um rabo parece uma rotunda de três faixas, com uma estátua lá no meio, e umas costas de tal dimensão que serviriam de tábua para passar cortinados.

 

Possuidora de um guarda-fato que um dia ficará para fazer peças de teatro de época, não se nega a usar um decote generoso para ostentar a pele franzida na zona da separação das meninas abatidas pela gravidade, e adornadas pelo clássico cordão dourado, vendido ao metro, com o que sobra a desenrascar de coleira para o cão. O decote demasiado exuberante para o menu, que promete lombo e depois oferece alcatra rija com nervo. Trinta e oito cabelos mal-amanhados, puxados para trás a parecer um rabo de um coelho.

 

Calça daquele modelo de sapatos que fica somente o dedo grande de fora ao centro a espreitar. A unha é uma garra e a pedicure só pode ser feita com uma tesoura de podar. Mas pensem: para o dedo grande, que está na ponta, derivar para o centro, imaginem a singularidade dos pés e a organização errática que aqueles dedos devem ter. Para encontrar os dedos só com GPS.

 

Isto para o ego de um Gajo seria arrasador, e motivo para voltar ao atum em óleo, se não achasse que ainda estou num estado aceitável, e não viesse de um "modelo" a precisar de dar uns toques nos pontos de ferrugem e com o chassi arreado.

 

Pronto, a senhora até é simpática, mas sempre que me vê faz este carnaval…aborrecido.

publicado às 02:41


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